No 1º round, Bolsonaro é derrotado no Supremo, apesar da defesa feroz
- ucivaldomatias
- 25 de mar.
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Bolsonaro enfrenta revés no STF em julgamento sobre tentativa de golpe
O julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (25) tinha tudo para ser burocrático, mas acabou se tornando um espetáculo carregado de tensão e momentos inesperados.
De um lado, os ministros da Corte analisando a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado. Do outro, advogados tentando barrar a ação com argumentos formais que foram rapidamente rebatidos.
Os defensores questionaram o julgamento na Primeira Turma, a imparcialidade dos ministros e o acesso às provas.
Apontaram supostas irregularidades na delação de Mauro Cid e alegaram que Bolsonaro não assinou a minuta golpista. Nenhum desses argumentos convenceu a Corte.
Bolsonaro no STF: tentativa de confronto e ironia nas redes
Bolsonaro surpreendeu ao comparecer pessoalmente ao Supremo, marcando presença no julgamento que pode torná-lo réu.
Acompanhado por advogados, deixou de fora seus aliados mais estridentes, como os deputados Zé Trovão, Carlos Jordy e Mário Frias, que ficaram do lado de fora protestando.
Dentro do tribunal, o ex-presidente manteve a postura de vítima e usou as redes sociais para ironizar o processo, comparando Alexandre de Moraes a um juiz que "apita contra antes do jogo começar e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário".
Enquanto Bolsonaro assistia ao próprio julgamento, repercutia internacionalmente sua entrevista ao Financial Times, na qual comparou o Brasil a uma ditadura e pediu ajuda a Donald Trump.
Defesa tenta descolar Bolsonaro do golpe, mas esbarra em contradições
O advogado Celso Vilardi classificou a denúncia como uma "peça de ficção", insistindo que Bolsonaro aceitou a derrota nas eleições de 2022. No entanto, evitou explicar por que o ex-presidente fugiu para os Estados Unidos na virada do ano, deixando de passar a faixa presidencial.
Outro advogado, Matheus Milaez, tentou afastar o general Augusto Heleno do plano golpista, dizendo que ele “sempre silenciou” diante dos atos de Bolsonaro. O argumento soou frágil, especialmente diante das provas que ligam os militares ao plano de ruptura institucional.
STF vê tentativa concreta de golpe
Ao rejeitar os questionamentos da defesa, Alexandre de Moraes foi categórico: a organização criminosa não apenas planejou, mas tentou executar um golpe de Estado.
Segundo ele, o plano só fracassou porque encontrou resistência dentro das Forças Armadas, com exceção da Marinha, cujo comandante Almir Garnier Santos chegou a apoiar a conspiração e agora está prestes a se tornar réu.
O primeiro dia de julgamento sinalizou um cenário desfavorável para Bolsonaro e seus aliados. O desfecho do processo pode consolidar o ex-presidente como réu em um dos casos mais graves da história política do país.







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